3 resultados para Interpretações

em Instituto Politécnico de Leiria


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A Moda será talvez o dispositivo que melhor consegue transportar o que é a Modernidade, ilustrando o imaginário humano sempre em devir. Em paralelo com a perspetiva humanística, na sua abordagem, têm de se equacionar questões de técnica e, forçosamente, todo um ecossistema cultural. O sistema atual da Moda e do vestuário culmina visivelmente nos progressos atuais da tecnologia e tensões presentes nas principais áreas científicas, de que é expressão o fenómeno da obsolescência. É neste campo operativo, sistema complexo, maduro nos seus equilíbrios e paradigmas, mas também, contradições e colapsos, que se levantam problemas particulares e transversais a outros setores. A UNESCO e outras influentes instituições internacionais preconizam a sustentabilidade e assumem o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável. Neste enquadramento, enfrentam-se questões de nível global como a sustentabilidade e a(s) crise(s) dos modelos económicos prevalecentes no Ocidente contemporâneo. Relativamente às prioridades definidas na planificação de projetos no setor da Moda, do têxtil e do vestuário, quando nos circunscrevemos ao território português, urgia realizar-se uma investigação com o objetivo de entender as relações entre as entidades, atores e instituições ativas neste campo. A intenção é aferir possibilidades de Gestão Cultural, partindo de três questões charneiras. Qual o entendimento da sustentabilidade por parte desses intervenientes? Que pontos fracos e oportunidades caracterizam o sistema? Como é que toda esta problematologia se comporta enquanto rede? Em conformidade com o desígnio supra, a metodologia usada para resolver os objetivos consistiu numa conjugação de métodos e de técnicas que atingem atores representativos, graças a um acesso privilegiado ao setor. Concretizou-se uma análise qualitativa através da técnica da entrevista livre acompanhada de guião premeditando desvios, acrescida de duas discussões com grupos focais, dois estágios de observação participativa, a participação em duas conferências e ainda em duas ações de formação. Paralelamente trabalhou-se na divulgação de um inquérito online visando a recolha de dados quantitativos que ajudaram a validar as interpretações da análise qualitativa. O corpus foi dividido em três grupos: o primeiro para a esfera da decisão, o segundo relativo à dos Tecnólogos e o terceiro para a dos Criativos, todos representados num estudo comparativo através de gráficos dimensionais Radar. Observou-se que os atores dos três grupos estão geralmente isolados na sua especificidade. Numa síntese possível, os Criativos aspiram a mais poder, os Engenheiros reconhecem o seu défice de originalidade e os Decisores revelam-se afastados do quotidiano social. Para a Gestão Cultural, abordagem teórico-prático relativamente recente no panorama atual, é crucial reconhecer-se territórios para a sua ação. Assim, nesta investigação, individualizaram-se terrenos concretos onde a Gestão Cultural poderá desenvolver a sua interpretação numa visão pluralista e holística – um ecumenismo cultural – necessária e importante para o ativar ou reativar compromissos no seio do dispositivo da Moda, isto é, novos modos de fazeres e de seres desta dinâmica social. O presente estudo diz respeito a um setor específico e ao caso português, podendo, no entanto, a metodologia desta investigação ser adaptada a qualquer outro âmbito cultural. Aspira-se, em última análise, a uma reversão de comportamentos consuetudinários num setor essencial da economia portuguesa: parar de fazer para melhor projetar e gerir processos, equipamentos e recursos.

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Há, nos museus, portas abertas ao conhecimento da cultura e identidade dos territórios. Pelas mesmas portas entram desafios e exigências comunitárias. Em consequência dos ciclos de mudanças políticas, ideológicas e sociais, os museus tiveram de apartar-se do condão de depósitos frios e pedantes de objetos bonitos, para se aproximarem das populações e dos seus problemas. Os encontros internacionais, promovidos por profissionais da museologia e por organismos que atuam no setor, potenciaram a reflexão sobre o papel dos museus na sociedade. A estas instituições culturais passou a fazer parte a função da educação, permitindo que museus e tutelas integrem, nos seus programas, ações que fomentem democratização cultural dos seus públicos. Os serviços educativos têm, por isso, conquistado cada vez mais terreno, facultando a instituições escolares ou sociais, famílias e comunidade em geral, um maior e mais eficaz usufruto do acervo que os museus albergam. As linguagens artísticas são, com efeito, consideradas neste relatório de projeto, como estratégias essenciais para a mediação e interpretação do património museológico junto da comunidade, com vista ao seu envolvimento. É no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, nascido na linha da sociomuseologia, que se desenvolve um projeto que utiliza o teatro como estratégia de intervenção. Fundamentado nas funções dos museus de comunidade e na linguagem teatral, o presente relatório reúne as diversas ações desenvolvidas com um conjunto de famílias, no museu, ao longo de seis meses, e o seu culminar na apresentação pública de um espectáculo inspirado na exposição. A intervenção realizada pretendeu uma maior inclusão da comunidade no museu. As famílias foram, com efeito, o grupo de trabalho com o qual se baseou um projeto assente nos princípios da investigação-ação. A estruturação faseada das etapas de trabalho tornou o grupo mais próximo do museu e mais conhecedor dos seus conteúdos. O envolvimento destas pessoas, de várias faixas etárias e unidas por laços familiares, estendeu o interesse a outros representantes da comunidade, tal como se havia perspetivado. O estudo permitiu ainda entender como um projeto teatral pode integrar a comunidade, enquanto participante e espectadora, estimulando novas interpretações sobre o discurso museológico. Verifica-se ainda como o museu e o teatro encontram afinidades, quer enquanto espaços cénicos, quer enquanto potenciadores criativos de significados. Implementar o teatro no museu, não só desenvolve competências pessoais e sociais, como amplifica a exploração de temas que têm por base a identidade e o património comunitários.

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Através da prática de dança poderão ocorrer melhorias em aspetos motores, aumento da auto estima, bem como, da independência funcional e relação a nível social. A dança pode ter influência física e intelectual nos indivíduos com Síndrome de Down e a dança pode ser um facilitador de desenvolvimento que ajuda a melhorar a qualidade de vida de um individuo com deficiência e a ultrapassar as limitações inerentes à problemática. O presente estudo teve como objetivo central perceber quais são os benefícios e qual a importância que a dança tem, especificamente, ao nível do desenvolvimento integral de um individuo com Síndrome de Down. É um estudo de caso, cuja unidade de análise recai sobre uma amostra única, um sujeito do sexo feminino com dezoito anos de idade, com Síndrome de Down que frequenta um centro atividades ocupacionais de uma instituição pública de educação especial. De forma a garantir a fiabilidade das interpretações do investigador e consequentemente que o estudo pudesse contribuir para o aumento de reflexões sobre o tema, optou-se por utilizar diversas fontes de dados, gerando-se condições para a sua triangulação. Realizou-se a entrevista semiestruturada ao sujeito com Síndrome de Down, aplicou-se o inquérito por questionário a dez técnicos da Instituição, à professora de dança e aos pais do sujeito e recorreu-se à análise de documentos. Conclui-se que a dança trouxe benefícios ao nível do desenvolvimento integral do individuo com Síndrome de Down. Os benefícios evidenciados pelo indivíduo prendem-se com o domínio emocional (calma, segurança, prazer e descoberta). Os pais evidenciam o domínio afetivo (expressão, controlo de impulsividade e a afectividade positiva), a professora de dança e os técnicos evidenciam o domínio social (companheirismo, da integração social e relação interpessoal) e o domínio emocional (bem-estar, efetividade positiva e a espontaneidade), como os mais trabalhados ao nível do seu desenvolvimento integral. Todos os intervenientes do estudo evidenciaram que a dança contribuiu para a melhoria de qualidade de vida do indivíduo praticante, do seu bem estar e promoveu a sua inclusão na Instituição.